segunda-feira, 21 de junho de 2010

no inicio do século


Ano: 2099;
Área: Subsolo do antigo Brasil. Cidade 03;
Local: Escola interna para garotos

Logo ao nascer, as crianças eram retiradas de suas mães e levadas para as escolas internas. As meninas eram educadas e treinadas para, após verificar suas aptidões, serem dividas em três categorias: Trabalhos no próprio subsolo, trabalhos no solo – que geralmente envolviam a reconstrução após a terceira guerra mundial - e procriação. Os garotos eram selecionados e divididos da mesma maneira, sendo que todas as três áreas se dividiam em milhares de trabalhos, desde os mais fáceis até os que todos evitavam.

Após as aulas daquele dia, Lucas subiu por escadas rolantes, atravessou portas automáticas de vidro e, quando chegou em frente a uma porta de metal e ouviu a voz artificial lhe dando instruções, repousou a palma da mão sobre um quadrado gelatinoso preso à parede.
– Entre, Lucas. – A voz disse em seguida. – A diretora está aguardando.

Entrou no cubículo, vendo a porta se fechar novamente, e em seguida aguardou enquanto o elevador o levava até seu destino. Lucas tinha dezesseis anos, estava prestes a ser escolhido para uma das três categorias e seus pré-testes indicavam que seria escolhido como procriador. Mas isso não tinha nada a ver com sua visita à diretora.
– Olá, meu querido. – Ela disse ao vê-lo entrar.
– Senhora...

Todos diziam que a diretora tinha quase cem anos. Além de algumas professoras, era a única figura humana da escola, todo o resto eram robôs. Vivera antes da guerra, num mundo onde as coisas eram bem diferentes, e esse era o motivo do garoto.
– Já que este é o último ano do século, professor mandou pesquisarmos sobre coisas que existiam no inicio dele. Eu pensei que a senhora pudesse me ajudar. – Explicou, minutos mais tarde, já sentado numa das poltronas da sala.
– Claro Lucas, o que você quer saber?
– Bom... – Os olhos do menino brilharam. – Eu fiquei muito curioso sobre como o céu lá no solo era antes de ser tomado por cinzas. E também sobre o sol, dizem que aquecia o planeta inteiro! Também tem as coisas que eles usavam no dia-a-dia, que são meio estranhas, não são?

A diretora se permitiu dar uma gargalhada gostosa diante de toda a empolgação do menino. Ela se prontificou a explicar como tudo era, respondendo todas as perguntas e às vezes deixando clara sua saudade daquela época, em que era apenas uma menina. Acabaram conversando por horas, o menino cada vez mais encantado pelo mundo que existia: A natureza era realmente de verdade!
– Tem... Mais uma coisa apenas... – Ele hesitou.
– Pode dizer.
– Bom, eu perguntei para as outras professoras, e todas elas disseram que não sabiam o que era. Foi o que mais me deixou intrigado, por isso vim até aqui.
– Hmm... – Acenou, mandando-o continuar.
– Dizem que existia uma coisa chamada amor...
– Ah... – A senhora suspirou. – Talvez eu tenha pegado uma pequena época dele.
– E o que era isso?
– Ah, pequeno... Apenas uma lenda que eles contavam naquela época. Uma das preferidas deles, mas apenas uma lenda.

5 comentários:

  1. aaaaaaaaaaaawn *-* tadinho do Lucas ;;' vive sem amor ;;'

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  2. http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=32830983

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  3. UOOON q lindo!
    ahazou, adoro textos futurísticos e esse ficou bom, mas fofo ao mesmo tempo...
    e a Fer ainda completou tudo *O*

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  4. que foda *-* e [2] na mary ali KK

    E TADINHO NÉ, PROCRIAÇÃO NGM MERECE

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