terça-feira, 29 de junho de 2010

Dear John

“Dali a pouco mais de uma semana eu voltaria para a Alemanha e tudo estaria acabado. Passei tempo o suficiente com meus companheiros para saber que não bastam alguns dias especiais para que um relacionamento transatlântico sobreviva. (...)

Os momentos ao lado de Savannah me fizeram cogitar se era possível desafiar a norma. Eu queria mais dela e, não importa o que acontecesse conosco, sabia que nunca a esqueceria. Por mais louco que pareça, ela estava se tornando parte de mim, e eu já temia o fato de não poder passar o dia seguinte com ela. Nem depois de amanhã, ou depois de depois de amanhã. Talvez, disse a mim mesmo, pudéssemos ser a exceção à regra.”

(trecho o livro Dear John)


ps: ELA NÃO É LOIRA NO LIVRO!

ps2: Não vi o filme, mas o livro é muito lindo. Indico n_n (Principalmente pra Mah, Ru, Jaum e Jade <3)

ps3: Li em um dia kkk

ps4: Preciso dizer que esse não foi o único trecho com o qual me identifiquei horrores?



quinta-feira, 24 de junho de 2010

Elas

Não que não acreditasse, só não se sentia atraída por ele. Gostava da solidão, de seu mundo particular. Seu. Somente seu. Não procurou um príncipe encantado, nem alguém perfeito que lhe amasse acima de tudo ou apreciasse até seus defeitos mais inescrupulosos. Aquilo era chato, tedioso.

Dando inicio às ironias de mau gosto de sua vida, encontrou-o. Ou, como gosta de acreditar – aceitando a possibilidade de estar completamente errada e de, em seus relativamente poucos anos de vida, não saber nada sobre o tal do amor -, foi encontrada. Não suas amigas desesperadas por ele, não qualquer outra, mas ela. Que não o procurou, que sequer o queria.

Veio do lugar mais inusitado, da única com quem se permitia baixar a guarda e confiar. Ultrapassar a barreira que criara em torno de si mesma para se proteger – antecipadamente e por precaução, já que ouvira falar da dor que ele trazia – era algo que julgava impossível. Aconteceu em silêncio, devagar, sem que percebesse. Quando viu, já fora dominada por ele. Por ela. A outra parte desse pequeno conto formado por duas elas que à vezes eram uma, que por alguns minutos desejavam se tornar uma.

Descobriu um mundo novo. De sensações, de cheiros e de toques. Um mundo de cumplicidade, de amizade e de desejo. Tudo junto, enchendo seu coração de sentimentos intensos e às vezes contraditórios. Um mundo de começos, fins e novos começos, tudo num ciclo interminável com personagens iguais ou diferentes.

Descobriu que aquele tal de amor não se fazia apenas por querer ser amada, por querer alguém que lhe fizesse feliz. Descobriu que amar não tem nada a ver com jogar tamanha responsabilidade para outra pessoa. Descobriu que amor – ao menos o seu amor – era aquela sensação de conforto – e tantas outras coisas – que invadia seu peito quando podia fazê-la sorrir, quando a abraçava. Quando a fazia adormecer em seus braços, despreocupada de todo o resto. Quando dividiam momentos e risadas.

Descobriu que amor tinha tudo a ver com querer amá-la, sem que ela precisasse lhe cobrar isso, simplesmente porque queria amá-la. Simples assim.


ps: happy bday :)

ps2: achei horrivel, mas disseram que ficou bom, então vai na sorte

ps3: and i know you'll find, love, i'll possess your heart =)

Feel it

Indefinível. Faz um sorriso surgir nos lábios, o sangue correr depressa e o corpo tencionar enquanto tenta manter o controle. Entorpece a razão e acentua os sentidos. Inebria. Quando próximo o suficiente – sentido a nenhum centímetro de distância -, acalma. Nada mais é necessário. Sem audição, sem visão, sem paladar, sequer o tato. Apenas o cheiro. Apaga o resto do mundo, traz a sensação de proteção. Conforta. Apaixona. Na mesma situação – e em qualquer outra -, atrai. Faz querer, desejar. Torna uma necessidade louca e incontrolável. Sem a menor dificuldade, faz perder o controle. Enlouquece. Domina.


pzs: não é sobre sexo, ok u.u é sobre perfumes \hm

ps2: quem curtiu o visual novo? \o/

segunda-feira, 21 de junho de 2010

no inicio do século


Ano: 2099;
Área: Subsolo do antigo Brasil. Cidade 03;
Local: Escola interna para garotos

Logo ao nascer, as crianças eram retiradas de suas mães e levadas para as escolas internas. As meninas eram educadas e treinadas para, após verificar suas aptidões, serem dividas em três categorias: Trabalhos no próprio subsolo, trabalhos no solo – que geralmente envolviam a reconstrução após a terceira guerra mundial - e procriação. Os garotos eram selecionados e divididos da mesma maneira, sendo que todas as três áreas se dividiam em milhares de trabalhos, desde os mais fáceis até os que todos evitavam.

Após as aulas daquele dia, Lucas subiu por escadas rolantes, atravessou portas automáticas de vidro e, quando chegou em frente a uma porta de metal e ouviu a voz artificial lhe dando instruções, repousou a palma da mão sobre um quadrado gelatinoso preso à parede.
– Entre, Lucas. – A voz disse em seguida. – A diretora está aguardando.

Entrou no cubículo, vendo a porta se fechar novamente, e em seguida aguardou enquanto o elevador o levava até seu destino. Lucas tinha dezesseis anos, estava prestes a ser escolhido para uma das três categorias e seus pré-testes indicavam que seria escolhido como procriador. Mas isso não tinha nada a ver com sua visita à diretora.
– Olá, meu querido. – Ela disse ao vê-lo entrar.
– Senhora...

Todos diziam que a diretora tinha quase cem anos. Além de algumas professoras, era a única figura humana da escola, todo o resto eram robôs. Vivera antes da guerra, num mundo onde as coisas eram bem diferentes, e esse era o motivo do garoto.
– Já que este é o último ano do século, professor mandou pesquisarmos sobre coisas que existiam no inicio dele. Eu pensei que a senhora pudesse me ajudar. – Explicou, minutos mais tarde, já sentado numa das poltronas da sala.
– Claro Lucas, o que você quer saber?
– Bom... – Os olhos do menino brilharam. – Eu fiquei muito curioso sobre como o céu lá no solo era antes de ser tomado por cinzas. E também sobre o sol, dizem que aquecia o planeta inteiro! Também tem as coisas que eles usavam no dia-a-dia, que são meio estranhas, não são?

A diretora se permitiu dar uma gargalhada gostosa diante de toda a empolgação do menino. Ela se prontificou a explicar como tudo era, respondendo todas as perguntas e às vezes deixando clara sua saudade daquela época, em que era apenas uma menina. Acabaram conversando por horas, o menino cada vez mais encantado pelo mundo que existia: A natureza era realmente de verdade!
– Tem... Mais uma coisa apenas... – Ele hesitou.
– Pode dizer.
– Bom, eu perguntei para as outras professoras, e todas elas disseram que não sabiam o que era. Foi o que mais me deixou intrigado, por isso vim até aqui.
– Hmm... – Acenou, mandando-o continuar.
– Dizem que existia uma coisa chamada amor...
– Ah... – A senhora suspirou. – Talvez eu tenha pegado uma pequena época dele.
– E o que era isso?
– Ah, pequeno... Apenas uma lenda que eles contavam naquela época. Uma das preferidas deles, mas apenas uma lenda.