sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

De você.

Saudade de você. Saudade do teu sorriso, da tua risada. Saudade da tua mão na minha, dos teus olhos nos meus, do teu corpo no meu. Da tua alma na minha. Saudade de você falando sem parar e do seu silêncio incansável. Saudade de você assistindo filme no meu colo, conversando no meu colo, cantando no meu colo, dormindo no meu colo. Saudade de você sempre no meu colo. Saudade dos teus olhos de chocolate, de criança que brinca e de mulher que também brinca. Saudade de te mimar, de te fazer carinho e de te fazer dormir. Saudade das nossas conversas sobre nada e do nosso silêncio sobre tudo. Saudade de você me fazendo rir, de você não me deixando dormir, de não te deixar dormir. Saudade de assistir televisão com você, de almoçar e jantar com você, de ir ao cinema com você, de não fazer nada com você. De sonhar com você. Saudade do seu cheiro de morango, da sua pele de morango, dos teus lábios de morango. Saudade do teu gosto de morango. Saudade dos teus beijos, dos teus abraços, das tuas mordidas. Das tuas marcas em mim. De você em mim. Saudade de você olhando minhas estrelas, redesenhando minhas estrelas. E se perdendo nas minhas estrelas. Nas suas estrelas. Nas nossas estrelas. Saudade de você nos meus braços, de você nos meus braços... De mim nos teus braços. Saudade das tuas caretas. Saudade de zelar teu sono, de olhar teu sono, de furtar teu sono. Saudade de você com ciúmes, de você me cuidando, de você me querendo. Saudade de te fazer carinho, de bagunçar teu cabelo, de brincar com o teu cabelo. Saudade de tudo em ti. Em nós. Saudade do que você me faz sentir, de não querer ir embora, da parte de mim que deixei com você (não a quero de volta, quero apenas mais perto; você mais perto, bem mais perto). Saudade de você.


ps: e que 2011 venha para acabar com ela.

ps²: As repetições são propositais. Eu provavelmente poderia colocar várias coisas mais no texto, mas fui fazendo sem pensar muito, então acho que ficou mais espontâneo. E sincero. Ficou meio perv e foi proposital. ... Ficou meio romântico e foi proposital. Duas partes de mim numa só.

ps²: Último post do ano, então: Feliz ano novo, galere :D

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

The Best Feeling

I wouldn't change a thing about it.

– Eu te amo.

Sua voz fraca soou num sussurro ao pé do ouvido, enquanto um sorriso marcava seus lábios e sua respiração irregular arrepiava a nuca dela. Sophia não conseguiu responder. Não por não sentir o mesmo – acredite em mim, ela sentia todas aquelas sensações confusas, intensas e tão agradáveis que se escondiam atrás daquelas três palavras – ou por não acreditar. O grande problema foi o nó apertando sua garganta, impedindo a voz de sair. Tinha aguardado, com toda a sua paciência forjada, por meses para ouvir aquilo outra vez, depois de tudo. Pegou-se surpresa e feliz – oh dieu, como estava feliz! – ao ouvir aquela declaração num momento inesperado. Por perceber que aquilo nunca antes havia soado tão sincero e verdadeiro.


ps: mini atualização com gostinho de Sophia Lawrey :3

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Another Dream

Dia vinte e quatro de um ano qualquer. Acordo e me deparo com os flocos de neve caindo do lado de fora da janela. É véspera de natal. Sonolenta e preguiçosa, desço as escadas e encontro todos tomando café da manhã. O rapazinho, elétrico, corre para me abraçar. A menina, presa numa cadeira de bebês, bate a colher de plástico em sua mesinha e estende a mão livre em minha direção. ‘Mamãe!’, ela repete. Eu sorrio. Afago a cabeça do menino, desorganizando seus pequenos cachos escuros, dou um beijo na bochecha gigante da garotinha na cadeira e me aproximo dela para beijá-la de leve nos lábios. Tomamos café da manhã juntos e depois decidimos vestir algo mais quente: As crianças ficam parecendo pequenos presentes embrulhados em tantas roupas, o que nos fez rir por algum tempo.

Então descemos para o jardim coberto de neve e aí é apenas festa. O rapazinho corre, cai e levanta novamente. Brinca de fazer anjos no chão, joga bolas de neve contra mim e eu revido só de brincadeira. Ele está feliz. A menina, pequena demais, fica segura no meu colo – ou no seu. Sentamos-na no chão e ela fala sem parar coisas incompreensíveis – está entrando nessa fase que nos diverte – e ri ao sentir aquela coisinha branca e gelada em suas mãos. Ela está feliz. Ela me abraça pelas costas e me aconchego em seus braços, em seu colo. Fecho os olhos por um momento e sorrio. Eu estou feliz e posso jurar que ela também está.

Passamos o resto da manhã brincando pelo jardim, enchendo-nos de neve e rindo das coisas mais simples. Perto do horário do almoço, entramos e comemos alguma coisa já pronta. O rapazinho corre para passar o restante do tempo em seu novo videogame, a menininha dorme depois da manhã cansativa. Eu e você temos uma tarde de preparativos para a noite. Arrumações, inicio do jantar. Pequenos estresses dos quais não podemos fugir, discussões sem importância das quais nos esqueceremos mais tarde. Tudo isso só nos lembra o quanto nossa vida não é perfeita e o quanto, exatamente por isso, ela se torna perfeita. Não quero que faça sentido – nós nunca fizemos; e mesmo assim ainda estamos aqui.

Mais tarde, nossos amigos chegam. As crianças já estão arrumadas para a ocasião, nós (mesmo sem acreditar que demos conta de tudo) também. Nossos amigos e família chegam. Um grupo não tão grande; apenas os mais especiais e seus respectivos pares. Todos babam nos nossos pequenos e nós apenas sorrimos; orgulhosas. O jantar é longo. Cheio de conversas, risadas e lembranças dos velhos tempos. Quando eles partem, as crianças já dormiram há tempos. Levamos-nas para suas camas, damos um jeito rápido na cozinha e deixamos a louça para lavar. Não queremos pensar nisso no momento. Então, descemos os presentes que estavam escondidos no armário e colocamos em volta da árvore de natal.

Por fim, tomamos banho e então o dia finalmente está (quase) acabado. Ela deita nos meus braços, procura meu colo para descansar o rosto e ri quando, apesar do cansaço, eu a provoco. Somos apenas nós duas novamente e nada parece ser capaz de estragar os nossos momentos de intensidade e cumplicidade. Eu sei que a amo como sempre amei, talvez mais e talvez de uma maneira melhor, depois de tanto aprendermos juntas sobre toda essa coisa louca de relacionamentos e amor. Eu sei que fiz a escolha certa desde o inicio e nada poderia estar melhor.

Na manhã seguinte, somos acordadas por um rapazinho agitado. Ele carrega a garotinha até a nossa cama e ela engatinha até estar diante de nossos rostos. Tenta nos acordar com palavras incompreensíveis enquanto ele cutuca nossos braços de maneira mais ávida e repete alegre: O papai Noel deixou os presentes na árvore!

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Parece que eu já sei o que pedirei para o papai Noel neste natal.


ps: feliz natal, gente :D

domingo, 12 de dezembro de 2010

Let me love you

Deixa-me cuidar de ti? Quero estar aqui pra ver cada um dos teus sorrisos, comemorar cada uma das tuas vitórias e te segurar quando você cair. Confie em mim, conte-me todos os teus medos nessa tua mania incurável de falar mais do que qualquer outro ser humano parece ser capaz. Quero ver teus olhos brilhando como eu mais gosto: Daquele jeito puro e infantil, divertido e apaixonado. Sei que não é o certo, que eu não deveria te deixar tão mal acostumada, mas eu gosto de te proteger de todo o mal, de todas as dores e decepções. Às vezes gostaria de te proteger até de mim. Sei que não posso. Sei que te decepciono e que te machuco. Às vezes não por minha opção, como em cada uma das vezes em que preciso te dizer adeus, mas sei que posso te fazer chorar. E sempre que eu falhar e deixar algo te machucar, quero estar contigo. Mesmo que eu não saiba o que fazer ou o que falar. Mesmo que doa em mim te ver mal. Quero apenas te abraçar, quero que chore nos meus braços e quero sussurrar no teu ouvido o quanto eu te amo e que tudo vai ficar bem, mesmo que você não acredite em mim.

Se você deixar, quero ser o teu lar. Só pelo tempo que você quiser. Quero ser um tipo de esconderijo, onde você se abriga e evita todo o resto do mundo – como você já é pra mim. E depois de nos conhecermos mais uma vez, mais um pouquinho, quero que teu corpo descanse no meu, teu rosto protegido em meu peito enquanto ouve meu coração bater descompassado. Depois dos beijos, das respirações descompassadas e daquela cumplicidade indescritível, quero simplesmente envolver meus braços ao redor de ti. Quero que deite em meu ombro e durma tranqüila, sabendo que estará protegida. Sabendo que eu permanecerei acordada, acariciando seu cabelo e zelando seu sono. Cuidando para que nenhum sonho ruim te atrapalhe.

Quero apenas amar você da melhor maneira que eu puder.

sábado, 11 de dezembro de 2010

lights: on. fear: off #theend

– Abra os olhos.

Não fazia sentido. Aquela voz – sua voz – não deveria estar ali. Eu me recusei a abrir os olhos, tive medo que fosse apenas um sonho. Uma alucinação. Talvez eu estivesse bêbada demais. Minha mente leve e a garrafa de vodka vazia no chão me diziam algo sobre isso. Deixei que seu tom de voz suave, embora autoritário, envolvesse-me como sempre. E sorri.

– Abra os olhos. – Você repetiu. – Não queria lutar contra os seus medos?

– Não este. – Murmurei.

– Tudo bem então, mantenha-os fechados.

Senti sua mão envolver a minha com um arrepio agradável que percorreu todo o meu corpo. Só podia ser você. Real. Somente você poderia adivinhar os meus medos, aquele meu simples medo de abrir os olhos e você não estar ali. Mas como? Não fazia sentido. Você deveria estar morta. Deixei-me ser puxada, meus pés descalços tropeçando no nada vez ou outra. Eu não me importei. Sempre confiei você. Quando chegamos em outro cômodo, senti o piso gelado e imaginei estarmos no banheiro.

Meu coração estava batendo forte, rápido. Quando fora a última vez que eu o havia sentido realmente, sem precisar do medo ou da dor das pessoas que eu mais amei? Eu mal podia me lembrar. Mal podia lembrar da sensação de realmente estar viva, de realmente sentir algo. Talvez eu simplesmente seja um erro – e você a minha ligação com o mundo real. Senti a parede em minhas costas e seu corpo em minha frente. Prendi a respiração. Eu podia imaginar você sorrindo. Sua respiração em meu pescoço me arrepiou por completo, senti suas mãos apertarem de leve minha cintura e subirem pela barriga. Mordi o lábio. Suas mãos levaram consigo a minha blusa, até tirá-la por completo. O que diabos você estava fazendo?

Não tive coragem de perguntar. Joguei a cabeça para trás e me permitir suspirar, sentindo seus lábios descendo do pescoço para o colo. Você sempre teve o dom de me enlouquecer. Suas mãos desabotoaram minha calça sem dificuldade, puxando-a para baixo até tirá-la por completo. As pontas dos seus dedos roçando minhas coxas me fizeram perder a sanidade que eu não sabia se tinha. Seu nariz roçou no meu quando você se reergueu, nossas respirações se envolvendo devagar. Sem permitir que eu a beijasse, sua mão buscou a minha e me entregou um objeto gelado. Meu punhal.

– Você sabe o que fazer.

– Eu não...

Por favor, amor.

Estremeci. Por que eu não conseguia resistir a você? Enquanto os dedos de sua mão livre voltavam a acariciar minha cintura com carinho, levei o punhal até minha própria coxa para o que seria o último dos meus cortes. A ardência me fez gemer baixo e largar o objeto no chão, sentindo o sangue escorrer. Seus dentes apertaram meu colo; mordendo-me. Eu estremeci outra vez.

– Abra os olhos. – Murmurou, afastando-se de mim. – Abra.

Eu obedeci e meu coração bateu forte. O horror impediu que o grito escapasse de minha garganta, retraí o corpo contra a parede quase sem consciência. Estava escuro, mas não completamente. A luz vermelha escura iluminava parcialmente as máscaras e rostos de cera deformados presos às paredes, assim como as incontáveis máscaras de palhaços. Todos eles me encaravam, agourentos. Provocantes. Mórbidos. E de repente eu estava tremendo, assustada. Aquele era o gosto do medo, desta vez o meu próprio.

– Lute contra seus medos. – Você murmurou. – Não era este o objetivo?

É claro que você sabia. Conhecendo-me melhor do que ninguém, talvez até mesmo melhor do que eu mesma. Depois de ter lhe perdido pela primeira vez, eu percebi que não podia passar por aquilo novamente. O maior dos meus medos: Perder as pessoas a quem amo. Eu percebi que precisava lutar contra isso. Foi por isso que matei você e todos eles.

– O que eu devo fazer? – Perguntei, incerta.

– Entre na banheira.

– Você vai ficar comigo?

– Sempre.

Tentei não olhar para as paredes. Tentei ignorar a sensação de que havia algo me observando do escuro – algo além daquelas expressões contorcidas saídas dos meus pesadelos. Percebi, mas não prestei realmente atenção em alguns aparelhos sobre a pia, e entrei devagar na água. Estava gelada e senti algo gelado e pegajoso grudar em minha perna.

– O QUE DIABOS...

– Continue...

Sapos? Engoli o nojo que me dominou, sentindo o pequeno animalzinho se mover devagar em minha pele, mas minhas pernas haviam travado. Eu não podia continuar. Eu não conseguiria fazer aquilo. Então senti suas mãos em meus ombros nus, empurrando gentilmente naquela direção e simplesmente obedeci. Outra vez. Deitei-me completamente, a cabeça apoiada para o lado de fora e a água gelada me encobrindo até o pescoço. Minha expressão era de nojo, eu sabia disso. Ainda podia sentir as patas geladas e escorregadias se movendo pela minha pele. Sentando-se na beirada de mármore da banheira, você se abaixou em minha direção. Seus lábios tocaram os meus demoradamente e, por um instante, eu esqueci de todo o resto do mundo.

– Foi você quem escolheu.

Murmurou com os lábios ainda próximos dos meus e, ao se afastar, apertou um dos botões do aparelho sobre a pia. A corrente elétrica fez meu corpo contrair num espasmo violento e eu gritei. Quando a sensação passou, meu corpo ainda formigava. Meus olhos lacrimejavam. Eu quis levantar, mas não sentia força alguma. Busquei seus olhos e você sorria. Parecida demais comigo.

– Você acha que valeu a pena? – Perguntou. Havia raiva em sua voz. – De verdade?

– Eu precisava. – Murmurei.

– Precisava me matar? Matar seus amigos? Todas as pessoas que te amavam?

– Que eu amava.

– Faz parecer ainda pior.

Você apertou o botão novamente e eu gritei outra vez. Demorou mais. Talvez uma eternidade em alguns segundos. Meu coração poderia parar a qualquer momento. Minha respiração. Minha vida. Eu não soube por quanto tempo gritei. Não soube se minha voz continuou saindo ou se perdeu em algum lugar. Eu não podia ver, sentir ou ouvir nada além da dor. Quando acabou, eu tinha apenas metade de minha consciência. Vi seu rosto fora de foco diante de meus olhos – o rosto que eu tinha amado, se eu pudesse ser capaz disso. Eu tinha minhas dúvidas. Seus lábios tocaram minha testa uma última vez e suas mãos apertaram meus ombros, empurrando-me para baixo devagar.

– Por que você está fazendo isso? – Perguntei.

– Você sabe que eu não estou fazendo nada. – Você respondeu, fazendo-me mergulhar completamente na água. – Foi você quem escolheu. É você quem está fazendo isso. Você sabe que eu não estou aqui, amor. Você me matou.

Eu ia morrer. Não me importei com isso. Apenas fechei os olhos, sentindo meu pulmão arder em busca de ar enquanto suas mãos me prendiam firmemente no fundo da banheira. Eu sabia que você não estava ali. Você era apenas minha imaginação. Minha.

Mas não se deixe enganar. Esta não foi uma história sobre amor – foi uma história sobre medos.

Os seus e os meus medos.


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ps: caso alguém não tenha reparado, inverti o tiulo. Lights on porque não estava tudo escuro, Fear off porque ela morreu rs

ps¹: caso alguém não tenha entendido, a menina no texto não existe, está morta. Foi uma das vitimas anteriores... A assassina se matou, mas imaginou que a menine que ela amava é quem estava fazendo tudo aquilo.

ps²: acabou tudo :/ desculpem por não ter matado alguns de vocês, mas eu tinha que aproveitar a inspiração pra fazer o final... Espero que tenham gostado :P

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

The Melody

So brown eyes, I'll hold you near, 'cause you're the only song I want to hear

A melody softly soaring through my atmosphere.

Se eu pudesse, compararia com uma melodia no piano. Sem grandes explicações filosóficas, só porque eu gosto. Uma melodia para se ouvir de olhos fechados, luzes baixas e no silêncio de nossas respirações desritmadas, que me leva para um outro mundo. Um mundo apenas meu, compartilhado com você e todo o seu falatório. E todas as suas risadas. E todo o nosso amor. Seria uma melodia única. Calma, porém intensa. Que envolve, emociona e domina quem ouve. Cheia de altos e baixos para que nossos corpos dancem em ritmos calmos, rápidos e calmos novamente. Mas sempre juntos. Os pés descalços, as pernas entrelaçadas. As almas quase se tornando uma só. Uma melodia que faz o coração bater acelerado, que faz a mente girar num vazio inexplicável, que desafia as leis da física e torna a ciência inexplicável. Que, ao final, traz a tranqüilidade não explicada. A calma e a plenitude. Se eu pudesse, compararia com a melodia de uma canção sem nome. Ela seria a minha preferida. Não uma canção de amor, não uma canção dramática ou alegre. Sem nenhum clichê, sem nenhum rótulo. Só a nossa canção. Inexplicável e sem nome.


ps: música: Where Soul Meets Body

ps²: Meio aleatorio, mas só pra postar algo... Não apagarei pro @johnbubbles não me matar rs