quarta-feira, 28 de julho de 2010

VIPs

Pessoas completamente diferentes, unidas por apenas algumas poucas características em comum, mas todas com a mesma grandeza – e humildade! – interior. Pessoas que não teriam grandes dificuldades em se odiar, se a situação fosse outra. Pessoas que, mesmo de longe, conquistaram-se e me conquistaram. Coisa que não é muito fácil de se fazer.

Vocês estão na minha vida há mais de dois anos e sempre foram extremamente importantes. Cada um de maneira diferente. Já gostei, já odiei, já me irritei e já chorei por cada um de vocês. O quanto vocês me divertem, o quanto fazem com que eu me sinta à vontade para dizer qualquer coisa e o quanto são compatíveis comigo sempre me fez acreditar que eu tive sorte ao encontrar vocês. Porque nós somos fodas, inteligentes e gostosos (de abraçar!) e quem disser ao contrário vai explodir ao atender o celular \hihi

A última semana foi uma das mais perfeitas da minha vida, graças a vocês. Incluo aqui, além da Jade, Mah, Nalu, Luh e Jaum, o Luis, a Lô, a Bel, a Fer e até a tia Carmem, porque todos mereceram. (Só faltou o Ru, aquela bicha desnaturada e passiva que vai pro inferno!) Eu não reclamaria nenhum pouco se cada um daqueles momentos durasse pra sempre. Todas as risadas, todo o alcoom (já estão procurando algum AA em suas respectivas cidades?), todas as internas e tudo o que só nós sabemos que aconteceu. Queria que o abraço de cada um de vocês durasse pra sempre porque, eu juro, são os melhores do mundo.

Eu provavelmente precisaria agradecer separadamente cada um de vocês e isso demoraria uma eternidade, então irei generalizar: Obrigada pelos abraços gostosos, obrigada pelos dias no estúdio ou tocando que me fizeram babar horrores, obrigada pelos jogos de videogame (CORRENTE DO BEM! Rostinho de lado pra fazer o jogo pegar), obrigada por todas as risadas e palhaçadas, obrigada por todas as conversas (sérias, zoadas, falando mal dos outros), obrigada por dormirem comigo (só pra dizer que eu dormi com todos \he menos com a Jade, chorei), obrigada por terem me deixado rir de vocês (ta Nalu?) e pelas saídas emocionantes no carro (principalmente aquela do carro das sete mulheres), enfim, obrigada por tudo.

Eu não consigo explicar o quanto me sinto bem e segura com vocês, o quanto vocês se mostraram mais amigos do que pessoas que eu conheço há mais tempo ou convivo diariamente e o quanto vocês me fizeram entender sobre o significado dessa coisa de amizade. Antes eu não tinha tanta certeza ou convicção e por isso evitava dizer isso da boca para fora, mas depois dessa semana eu me sinto segura ao dizer de coração: Eu amo vocês.

Vocês são os melhores amigos (e namorada rs) do mundo. Acreditem, cada um de vocês levou consigo um pedacinho de mim, um pedacinho que já faz muita falta e eu mal vejo a hora de juntar novamente.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sonhos que podemos ter

Férias de inverno. O tumulto da cidade trocado por um lugar tranqüilo. Da última vez fora a casa no campo, então, era vez da praia. Quatro e quinze da manhã. Duas taças de vinho. Frio, muito frio. Insônia. Um notebook ligado. Num quase nada, o silêncio quase completo, o escuro quase total e tudo quase perfeito.

Da cadeira em frente à escrivaninha, através da enorme janela-parede, podia ver quase toda a cidadezinha. A lua cheia tentava iluminar, mas o breu continuava e, no horizonte, o céu e o mar se confundiam. A luz do farol de uma das ilhas – que Viktor amara desvendar, imaginando-se num filme de ação ou suspense – formava um feixe longo pela água e as ondas agitadas pelo vento que trazia uma tempestade das feias quebravam com barulhos contínuos na areia. Os postes iluminavam as ruas e todas as casinhas que formavam um conjunto oval e não muito grande tinham suas luzes apagadas. A cidade inteira dormia. Exceto ela.

Uma trovoada cortou o céu, iluminando tudo por apenas alguns segundos, enquanto o vento uivava, e ela desviou o olhar para dentro do próprio quarto. Sorriu. Na cama, uma loirinha de dois anos dormia enroscada numa mulher. Levantou-se, caminhou até lá e a pegou no colo. Sofia resmungou, sem acordar, e tombou o rosto no peito da – outra – mãe.

O quarto para onde a levou ficava logo ao lado. Deitou-a cuidadosamente no berço, encobrindo-a, e sorriu novamente ao observá-la por alguns minutos. Instinto maternal. Deixou a luz de um abajur acesa e deu uma espiada – só para checar! – no quarto da frente. Nele, um rapazinho de quase nove anos dormia profundamente sob um edredom do Toy Story. O livro aberto no chão e a mão pendendo para fora da cama a fizeram rir em silêncio. Just like mom. Colocou o livro de volta na estante e empurrou o braço para debaixo do cobertor. Um beijo na testa e então podia dormir em paz: Eles estavam seguros.

Fechou o notebook, encostou a porta e, ao deitar, abraçou-a pelas costas. Dormindo, ela estremeceu com a trovoada e virou-se de frente, aconchegando-se mais em seus braços. Sorriu, apertando-a contra si enquanto erguia uma das mãos para acariciar-lhe o cabelo. Certas coisas nunca mudam.

– Shhh... – Murmurou. – Eu estou aqui.

Férias de inverno. Quatro e meia da manhã. Uma tempestade. Duas crianças lindas. Frio, muito frio. Insônia. Um abraço protetor. Num quase nada, o silêncio quase completo, o escuro quase total e tudo quase perfeito. Ou melhor: Tudo perfeito.


ps: titulo retirado da música Somos quem podemos ser - Engenheiros do Hawaii

ps²: conseguir escrever é um bom sinal, doutor?