segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Simples e descomplicado

01:14 am;

Simples e descomplicado. Fácil. Certo. Foi como soou naquele instante. Tão certo quanto o coração batendo rápido e descompassado. Ela beijou minha bochecha e eu sorri, achando graça. Inocente. Ou não. Eu a olhei e, antes que pudesse pensar em qualquer coisa, os lábios tocaram o canto dos meus. Rápido. Demais. Eu não soube mais se meu coração havia parado ou acelerado. Eu não soube mais o porquê de não conseguir tirar os olhos dos dela; como se estivesse presa lá. Eu nem sequer queria tirar os olhos dela. Era estranho. Louco. Insano. Eu nunca saberia dizer se foi o arrepio agradável – o primeiro de todos – ou o nervosismo que me impediu de me mover. Eu só consegui sorrir bobamente, sentindo a respiração dela me envolver. Sentindo os lábios dela quase roçarem nos meus. Como se eu tivesse esperado minha vida inteira por aquilo.

– Posso? – Ela murmurou.

Sorri. Talvez eu realmente tivesse esperado por aquilo a vida inteira.

– Uhum...

Naquele instante, com um simples – tremula e nervosa – palavra, eu não poderia adivinhar o que aconteceria depois. Depois daquele beijo, o primeiro de vários. Depois de tudo. Naquele momento, tudo soou simplesmente simples e descomplicado. Fácil. Certo.

Dois anos depois, a minha resposta seria exatamente a mesma.

Simples e descomplicada.

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