Fechou os olhos, a lâmina gelada pressionada contra a coxa com uma leveza contraditória. A ardência seguiu uma linha fina por sua pele e em seguida veio o sangue. E a dor. Jogou a cabeça para trás e sorriu. O coração batia em seu peito, mas estava realmente viva? Tudo o que podia sentir no momento era o desejo. O desejo dele. O veneno pulsava em sua veia, espalhando-se por seu corpo numa velocidade inacreditável.
– O que diabos você está fazendo?
A voz rouca e assustada a despertou dos pensamentos. A faca descansou sobre a coxa que ainda sangrava, manchando a pele pálida de vermelho. Reabriu os olhos, ainda sorrindo. Sempre sorrindo. Homem branco. Entre trinta e trinta e cinco anos de idade. Amarrado numa cadeira. Sangue escorrendo de sua sobrancelha e de algum ponto em seu ombro. Sujo. Totalmente nu. Os olhos castanhos sempre frios, sempre arrogantes, sempre machistas, fitaram os dela.
– Diga-me, você lembra o que te faz sentir medo?
Sua voz soou calma, divertida. Ele estremeceu. Brincou com o objeto afiado entre os dedos, girando-o. Torturando-o sem nem se mover. A demora a instigava. Era como sexo – talvez até melhor. Como quando se chega quase ao ponto máximo de prazer e para. E espera. E provoca. E brinca. A insanidade brilhava em seus olhos claros. O desejo pulsava mais e mais forte. E ao contrário do que o que haviam imaginado, ao contrário do que sempre demonstrara, nunca fora boa em se controlar. Ao menos não naquilo.
– Sabe àqueles medos de infância? – Comentou casualmente. – Aranhas? Escuro? Será que você realmente os superou?
Um click e as luzes se apagaram. Tudo escuro. Por um, dois, três segundos... E um feixe de luz surgiu da lanterna dela. Levantou-se. Os passos ecoaram pelo salão vazio, exceto pelos dois. Aproximou-se. A luz muito forte direto nos olhos dele o fez virar o rosto e apertar os olhos. E então seu corpo enrijeceu ainda mais. Palavras desconexas voaram de seus lábios e forçou os braços e as pernas contra as cordas para tentar se soltar. Sabia que não conseguiria. Os olhos arregalados se prenderam na mão livre nela: Um pote transparente cheio de aranhas.
– NÃO! NÃO FAÇA ISSO! POR FAVOR!
– Oras, vamos lá. – Ela riu, divertida. – Só um pouco de animação aqui, estou começando a ficar entediada. Escute-me: Elas não vão te atacar se você não se mover. Simples, não é?
Outro click. O escuro total preencheu o galpão, o ar, os pulmões. Demorou alguns barulhos estranhos e um minuto, e então ele sentiu. As patas do primeiro animal tocaram sua pele nua, correndo curiosamente pela parte interna de sua coxa. A segunda aranha correu barriga acima. A terceira foi depositada cuidadosamente em seu ombro e a quarta no alto de sua cabeça, escorregando por seu rosto. Gemeu sem mover os lábios, o corpo inteiro rígido, cheio de nojo e repulsa, estremecendo sob o contato daqueles pequenos animais mortais.
– Quando você se acostumar com elas. – Disse, piscando a lanterna algumas vezes. – Começará a notar no escuro. Mas não se preocupe, não há nada nele para temer. Além das aranhas... E à mim, talvez.
Outra risada. Belo senso de humor. Voltou para sua própria cadeira. Pernas cruzadas, a lâmina afiada contra a pele mais uma vez. A dor novamente – e o impulso. Luzes apagadas. Olhos fechados. Bebeu um gole do suco de morango deixado na mesinha ao lado, a mistura entre o azedo e o doce a relaxou. A divertiu.
– Você só precisa me pedir para acabar logo com isso. Mas não tenha pressa, eu tenho a noite toda. Quanto mais você demorar, maior será a minha diversão. Sério.
Inspirou profundamente. O cheiro a invadiu, fazendo o sorriso retornar. Era o cheiro do medo. O sentimento mais apreciado por ela. O medo dos homens era, em particular, seu preferido. Era doce e atraente. Melhor do que sexo. Melhor do que matar. Vida em seu estado mais primitivo: O medo.
ps: dexter demais causa... isso.
Vou me lembrar de nunca mais dormir no mesmo quarto que você. Ou, quem sabe, de não mais dividir uma cama com você.
ResponderExcluirE quando eu digo que você vicia DEMAIS nas cosias, ninguém me ouve Oo
ResponderExcluirALOK!
Se por acaso um dia esbarrar em vc pela rua, vou rezar para q esteja de bom humor hahahaha
ResponderExcluirobs: vc ja deve saber, mas esse tipo de texto me fascina hehe
VC É MÁ!
ResponderExcluirME TORTUROU A DISTANCIA
Dx
PALMAS PRA VC LEONARDA, VC É MUITO MELHOR (PIOR?) Q QUALQUER HANNIBAL POR AÍ!!!1!ONZE!
T-T
sério, paralizei na cadeira enquanto lia
T-T