quarta-feira, 17 de novembro de 2010

tons castanhos

Talvez os outros os vissem marrons. Simples, chatos. Iguais demais, comuns demais. Para ela, não eram apenas castanhos. Eram uma imensidão de tons que a prendiam com garras de aço. Que ela tinha aprendido a ler – ou eram eles que gritavam verdades por trás de palavras não ditas? Os tons gostavam de brincar, ir e vir, gritar no silêncio do olhar. Ela tinha o seu preferido: Aquele que a fazia lembrar de chocolate liquido. Era um tom quente, que a abraçava e envolvia. Vinha acompanhado de um brilho de alegria. Talvez felicidade ou paz. Inocência. Aparecia nos melhores momentos e transbordava, pingava, preenchia tudo o que pudesse alcançar. Era doce, também. Doce e dócil. Gentil. Daí – já que ela tinha aquele como preferido – vinham todas as outras variações: O mais áspero e gelado tom era o mais escuro: Quase completamente negro. Ela o odiava, ou o mais próximo que conseguia chegar disso. Tinha braços invisíveis capazes de agarrá-la pelo pescoço e sufocá-la. Aparecia nos piores momentos. Trazia consigo uma onda de frio, de descontentamento, de agonia. Às vezes de tristeza e de dor não faladas, mas gritadas em mais um silêncio enganoso. Aquele tom não pertencia àqueles olhos. Depois vinha aquele castanho ainda escuro que prendia. Desejava. Era mais um tom quente: Queimava. Incendiava. Por dentro, por fora, em silêncio, acompanhado de sussurros. E sentidos. E luxúria. E desejo, de novo. E de novo. Incansável. Outro dos preferidos. E quando a euforia do desejo se afastava, as cores retornavam àquele chocolate liquido do qual tanto gostava. Em seguida, ainda mais claros, os olhos ganhavam um tom de mel. Ainda doce, apetitoso. Geralmente acompanhado de sorrisos ou risadas. Era leve e macio. Infantil, divertido, maroto, manhoso. Uma criança. Combinava com aqueles olhos. Olhos de mudanças singelas que conversavam, riam, cantavam e brigavam com ela. Olhos que abriam uma porta para a alma, que não conseguiam esconder a verdade, que ela lia com uma clareza óbvia. Que pediam. Que tornavam a partida ainda mais difícil. Olhos que amavam. E ela se perdia e se encontrava e se abrigava e se prendia naqueles incontáveis tons castanhos.

ps: finalzinho foi uma brincadeirinha com algo da versão 3.0 de UTS, quem já leu entenderá. Um post inteiro sobre olhos. Uau! Alguém já enconrou um olhar assim? :B

5 comentários:

  1. aaaaaaaaaawn! chocolate eyes (L)

    HDSIHDASIOHADSIOHADSH

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  2. E eu q so via marron ._. heausheusahaseu parey :B Estou mais feliz com a cor dos meus olhos agora :P

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  3. quem é Capitu? olhos de ressaca, quanto mimimi...

    AÍ SIM, chocolate líquido *-*

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  4. Tô mais feliz com a cor dos meus olhos agora +1 *O*

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  5. Me sinto discriminada. Água não é tão gostosa quanto chocolate mimimi

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