quinta-feira, 28 de outubro de 2010

sobre tanta falta

Ela tem a força de um gigante. Posso senti-la ardendo em meu estômago, apertando meus pulmões com tamanha força que se torna impossível respirar. Ela gosta disso. Quase se diverte. Esmaga meu coração de batimentos cardíacos já dificultados, esgueira-se pelos músculos e os paralisa completamente. Ela me domina. Cega meus olhos e escorrega para dentro de meu já desesperado cérebro. Ela sabe muito bem o que quer. É muito mais do que eu posso dar.

Ela quer você. Quer tão desesperadamente que continuar a me torturar, que não se importa com as lágrimas que se formam nos meus olhos, com os gritos que sufoco nos meus lábios pela madrugada vazia e solitária. Ela quer o calor do seu corpo, quer os seus sorrisos e quer se perder nos teus braços. Quer os teus lábios. Os teus humores. Até as tuas dores e cores, ela quer. Quer você inteira, você pela metade, você normal ou avessa. Desde que seja v o c ê. Quer a tua voz cantando no ouvido dela, os teus suspiros ecoando na mente dela. Ela quer. E quer agora. AGORA!

Não posso mais distraí-la. Não posso presenteá-la com lembranças de um passado caloroso, isso só faz crescer seu desespero – e a minha dor. Não posso mais enganá-la com os olhos fechados, o teu abraço imaginado e o teu perfume dentro de um frasco. Ela sabe reconhecer. Sabe que o cheiro é mais único na tua pele. E não vai desistir enquanto não tiver você.

Enquanto não desiste, cresce a cada dia, hora, minuto, segundo. Torna-se mais forte. Mais intensa. Mais torturante. Continua a tentar me obrigar a levá-la até você. Caso conseguisse, faria-me caminhar mil quilômetros até os teus braços. E está há poucos passos de conseguir, afinal, o que são mil quilômetros perto da falta que você faz?

E eu me encolho. Eu aceito. O calor escapa do meu corpo, encolho-me no chão enquanto ela faz questão de pisar em mim. Pisa, sobe sobre mim e dança. A dor me cega, domina-me ainda mais do que antes. A dor vira eu – eu viro a dor. Eu só posso esperar ate o momento certo. O momento em que verei você. Então ela finalmente ficará mais fraca, será dominada pelo turbilhão de sentimentos que eu sei que sentirei. Ela ficará acalentada pelo seu perfume, dormirá nos teus braços junto comigo e encontrará a paz quando teu calor me envolver.

Sei que ela ficará mal acostumada. Tanto que mal poderá te perder de vista para voltar a martelar minha cabeça, esmagar meus pulmões. Ela irá te querer por perto o tempo inteiro – sem nenhuma pausa. E ela só achará perto o suficiente se puder ouvir o seu coração. Se não te perder de vista. Ela irá querer você inteira. O tempo todo. Sempre.

Ah, essa minha saudade e o vício que ela tem por você!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Addicted to you

ps: Cortei metade do texto pra ficar postavel, mas ainda assim... Pra não dizer que eu não avisei: Não prossiga a leitura caso se sinta incomodado(a) com o tema (duas meninas juntas hihi)

Meu vicio em tempo integral.

Suas mãos percorrem e (re)descobrem meu corpo com toda a calma de quem sabe exatamente o que está fazendo. Meus lábios descem por seu pescoço, imitando sua calma inexistente, e suas mãos perdem o rumo tão confiante de antes. Seu perfume é incrível.

O aroma da sua pele, o gosto dela. Tudo me inebria, me envolve, e só existe você no meu mundo. Você perde o controle quando meus dentes se fecham com cuidado na sua pele, e minhas mãos brincam com seu piercing.

Seus braços envolvem meus ombros, puxando-me ainda mais para você num abraço inesquecível, e a única coisa que eu posso fazer é encostar a cabeça em seu ombro e suspirar. I love you. Sua voz não é mais do que um sussurro, apertando-me mais contra você como se ainda tivesse medo de me perder. Você não vai me perder, amor.

Je t’aime aussi. Minha voz imita você, outra vez. Francês. Eu sei que você enlouquece com isso. Sua pele arrepia quando eu sussurro no seu ouvido, o sotaque faz você estremecer. Ou meus lábios tocando o lóbulo de sua orelha.

Nossos rostos se afastam um pouco, apenas o necessário. O sorriso – malicioso – no canto dos seus lábios me faz sorrir também. O mais simples dos gestos me faz desejá-los. Desejar você. Você sabe disso, e se diverte com isso. Brinca com o piercing e morde o lábio inferior como se estivesse distraída. E meu coração acelera. Meu corpo pede por você.

Mas você continua com essa calma tirada sabe-se lá de onde. Solta o abraço, mas ergue as mãos e as apóia entre meu pescoço e bochechas. Seus polegares afagam de leve meu rosto, com carinho, e antes que eu feche os olhos, nossos olhos se encontram. Desisto. A nossa, talvez, mais intensa ligação. O momento em que verde e azul – ambas sabemos o porquê dos tons escuros e intensos – tornam-se um. E eu finalmente entendo muito melhor o significado do que falamos há dois minutos. Amor. Se o que eu sinto quando meus olhos perdem-se nos seus não é amor, nada mais é.

domingo, 24 de outubro de 2010

lights: off. fear: on #4

Seus olhos se abriram para o nada. A escuridão total o preencheu com um vazio de desespero que gritou dentro de você. A primeira coisa da qual teve consciência foram as pequenas pata deslizando pela sua pele nua. As antenas de centenas daqueles pequenos animais marrons escuros roçavam seu corpo, causando uma sensação de cócegas e nojo. Alguns deles tentavam abrir as asas para voar, mas – no escuro – acabavam tombando contra o vidro que envolvia você deixando apenas a cabeça de fora e caíam novamente sobre sua pele. Foi com certo desespero que você notou que um dos insetos – o que estava parado sobre sua coxa esquerda, beliscando sua pele junto com o algo que ele comia – era grande demais. As patas grudaram em sua pele enquanto ele se arrastava lentamente como uma barata de doze centímetros andando sobre seu corpo. O nojo o fez se debater com violência.

– Acalme-se. – Eu murmurei ao lado de seu ouvido. – Eles não são venenosos.

– QUEM É VOCÊ? – Você gritou? – ONDE EU ESTOU? TIRE ESSAS COISAS DE MIM!

– Ora, mas me apetece deixar essas coisas sobre você.

Seu corpo enrijeceu ao reconhecer o modo característico de falar que você havia dado ao seu personagem. Eu sorri sozinha, levei o copo de suco aos lábios enquanto afundava a lâmina pela quarta vez em minha pele. A dor, o sangue e o morango – uma combinação doce e cítrica. Minha última morte tinha me deixado satisfeita – o único problema era que eu não poderia repeti-la várias e várias vezes – por um tempo, mas eu precisava continuar. Por que eu o escolhi para ser o próximo? Não sei. Talvez porque você estivesse quase me implorando para ser morto. E eu, meu querido, costumo ser generosa. Ou quase.

– VOCÊ ESTÁ LOUCA? – Uma pergunta interessante, finalmente. – TIRE-ME DAQUI!

– Loucura é algo relativo. – Respondi com tranqüilidade. – Não acha?

O click veio seguido pelo feixe de luz lançado para o teto. Direcionei a lanterna para você e sorri com a minha pequena obra de arte: Os besouros – animais inofensivos e não venenosos, infelizmente – enchiam o cubo de vidro onde você se encontrava preso. Eu sabia que a sensação de asco crescia enquanto você os sentia caminhar tranqüilamente por sua pele, seu desespero crescente causando minha satisfação crescente. Você só conseguiu enxergar com um olho. Não sentia o outro – sem visão, sem leitura. Não que você fosse sair dali vivo.

– O QUE VOCÊ FEZ COM O MEU OLHO, SUA LOUCA?

– Ah, – Ergui as sobrancelhas, distraída enquanto bebia mais um gole de suco. – Desculpe-me a falta de gentileza, irei lhe mostrar.

Retirei do bolso o pequeno espelho e direcionei a luz de maneira como você pudesse ver seu próprio reflexo. O rosto imóvel por uma estrutura estranha de ferro que se erguia até seu cabelo, prendendo-o a algo que você não pôde enxergar. Mas o que o fez grunhir em desespero – quase a ponto de esquecer os insetos caminhando sobre você – foi seu olho cego. Dez agulhas o espetavam. Você não o sentia por conta da anestesia. Eu sorri débil e balancei o vidro com mais algumas agulhas diante de seu rosto. Ainda restava um dos olhos, meu querido.

– O QUE? N-ÃO! – Você gemeu. – Por favor.

Eu gosto quando vocês começam a implorar. É divertido. Deixei o pote de lado e retirei do bolso um pequeno isqueiro, mantendo-o aceso. O calor sobre sua bochecha cresceu lentamente, até começar a se tornar incomodo. Ergui a chama por todo o seu rosto, fazendo algumas gotas de suor escorrer por sua nuca, aproximando o fogo o suficiente e pelo tempo bastante para que pequenas feridas começassem a se formar. Você urrou, incapaz de falar enquanto eu destruía mais algo seu: O narcisismo. O copo de suco estava pela metade quando comecei a me entediar.

– Okay. – Exclamei, espreguiçando-me. – Vamos conversar!

Seu silêncio me fez suspirar. Tudo bem, você pediu. Ergui a mão para a válvula ao lado do equipamento instalado sobre sua cabeça, girando-a uma vez para trás. Seu cabelo esticou, preso ao equipamento. Não o suficiente para machucar, mas para lhe fazer perceber o que aconteceria caso eu girasse mais uma vez. E mais uma, e mais uma, e mais uma... Até seu cabelo ser totalmente arrancado de sua cabeça. Com sangue, medo e dor.

– Parece que você finalmente acabará a sete palmos da terra, hm? – Sorri, imitando com uma perfeição tranqüila e calmo o modo de falar do seu personagem. – Eu sei que me perguntará: Por quê? Ora, dou-lhe a resposta: Porque eu quero!

Mais uma volta. A dor começou a incomodá-lo quase mais do que os besouros andando sobre sua pele. Bebi mais um gole de suco e me coloquei próxima de seu rosto enquanto pegava uma agulha e sorria. Eu tinha bastante tempo para aquilo: Uma agulha e uma volta. Uma agulha e uma volta. Uma agulha e uma volta. E se em algum momento se perguntou se eu me satisfazia com a sua dor, a resposta é negativa. Não. Eu me satisfazia com o seu medo. O de ficar cego, o de perder o cabelo, o de insetos, o de morrer. E principalmente o medo que você sentia de mim.

– Você pode me pedir para parar quando quiser, certo? Eu não sou assim tão má. Posso te matar logo, se assim desejar. – Eu comentei casualmente. – Agora, fale-me sobre seus medos...

ps: oi, alter ego x3 não gostei muito desse, maaaaaaaaaaaaas vai saber né. nunca gosto muito mesmo rs

ps²: O besouro gigante

ps³: Obrigada @marylazarini por ajudar com algumas idéias hihi

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Someone

Encontre alguém real. Alguém que tenha compatibilidades e diferenças com você numa balança equilibrada. Alguém que admita o quanto você pode ser chata, irritante e cansativa quando quer – mas que te ame mesmo assim. Alguém que ria do estado do seu cabelo quando vocês acordarem depois de uma noite de risadas, chocolate e sussurros. Alguém que tenha altos e baixos, que tenha crises de bom e mau humor. Alguém que não seja perfeito. Perfeição demais soa como falsidade e falsidade sempre termina em corações partidos. Encontre alguém sincero. Alguém que não minta dizendo que te ama mais do que tudo, mas que te ame da melhor maneira que puder. Alguém cuja vida não gira em torno de você, mas que faça questão de te incluir em sua vida. Alguém com quem você possa conversar. Sobre música, sobre filmes, sobre sonhos e sobre a vida. Alguém em quem você possa confiar, com quem possa desabafar. Alguém que te dê um abraço desajeitado e aconchegante quando você chora, que não saiba o que fazer para te confortar, mas que tente mesmo assim. Encontre alguém que espere por você. Alguém que te faça rir, que faça chantagem com um sorriso e um olhar. Alguém que te abrace com carinho e permaneça por horas apenas conversando com você. Alguém que faça seu mundo girar com um simples beijo, que faça você sentir tudo aquilo que apenas imaginava nos filmes e livros. Encontre alguém que faça uma loucura por você. Que se sinta mal quando te magoa, mesmo sem querer. Alguém que sinta a sua falta numa balada lotada. Alguém que tenha a liberdade de ir – e que vá, mas que volte de braços e coração aberto, sem poder ficar longe de você. Alguém que te acorde no meio da madrugada ao te ligar de um show lotado, só porque a letra da música o lembrou de você. Alguém que te ligue no meio da madrugada apenas para conversar, porque sente sua falta. Alguém que te veja como uma pessoa óbvia, que decorou cada detalhe sobre você. Encontre alguém que, anos depois, não esteja cansado de você. Que te ame como – ou talvez mais do que no inicio de tudo. Ame alguém em quem você possa pensar segundos antes de adormecer e se sentir feliz – completa – por isso.

Alguém que te veja como esta pessoa, como você o vê.


ps: Explicar texto é igual explicar piada, perde totalmente a graça u.u Mas, pra quem não entender a última frase: Esta é usado pra algo que já foi descrito. No caso, a pessoa descrita no decorrer no texto. Logo, encontre alguém que te veja como a pessoa descrita e veja este alguém dessa mesma maneira e... Compliquei mais, OI! comentem anyway :)

love and stars

Fazer tatuagem dói? Dói. Dói pra caralho horrores. É basicamente o mesmo que ter a pele arranhada por um compasso repetidamente e muito mais rápido, em especial na parte da pintura. Mas é uma dor (não digo boa porque não faz sentido) que é suportável e vale muito à pena. Eu particularmente acho que tatuagens – dependendo do desenho e da região – dão um charme a mais às pessoas. E sou muito narcisista com relação às minhas. Sou apaixonada por elas.

A primeira eu fiz em 2008 (se não me engano) e ganhei de presente de quinze anos. Sim, meus pais deixaram tranqüilamente. Ela não doeu tanto – de verdade – só um pouquinho na hora de pintar a estrela. Está escrita em russo, a tradução significa ‘todo o meu amor’ e eu tenho que ouvir coisas como tá escrito ao contrário?’ ou professores engraçadinhos dizendo que tem um 3,14... O tempo inteiro. É o nome de uma música da banda russa t.A.T.u. e isso me influenciou a escolher. No fundo não tem nada a ver com a banda, é só uma homenagem para quem tem todo o meu amor rs. Se eu não tenho medo de me arrepender? Não, não tenho. Não tive em nenhum momento, mesmo neste ano (poucos entenderão rs), principalmente porque considero a tatuagem parte da minha história. Uma parte que eu não quero esquecer, tudo dando certo ou errado, então quando eu for velhinha olharei meu braço e me lembrarei dessa época.

A segunda eu fiz em 2010 e também ganhei de presente de aniversário. De dezessete anos. Ela doeu, doeu MUITO. Eu não podia me mexer, só podia respirar nos intervalos e... Doeu demais. E eu ainda tinha que ignorar pessoas olhando pros meus peitos me olhando o tempo todo. Adoro. Mas eu faria de novo. É a minha preferida, na verdade. São dez estrelas que contém as cores do Arco-íris. As cores mostram um pouco do que eu sou (hihi).

Um detalhe engraçado é que, dependendo de onde você faz a tatuagem, você se fode BONITO pra tomar banho. Eu sofri com as duas, uma porque não podia usar um dos braços durante o banho e a outra porque é muito difícil não molhar o ombro. A segunda foi mais complicada porque eu também não podia erguer muito o braço, nem fazer movimentos bruscos, nem colocar a alça da mochila (ou do sutiã) em cima e tudo o mais. Mas – de novo – vale à pena e rende umas histórias engraçadas.

ps: Resolvi criar uma tag pra posts não literários aqui no blog. Ela provavelmente não será usada com muita freqüência, porque eu não gosto muito de falar como eu mesma no lugar de alter egos ou personagens. Sinto-me meio exposta demais, embora os textos já digam mais do que seria necessário sobre mim, para pessoas observadoras (ou nem tanto rs).

domingo, 17 de outubro de 2010

The best lies are told with fingers tied.

– Não importa mais.

– Por que não?

– Porque você já esqueceu.

Francamente. Essa foi a coisa mais ridícula que você já me disse, e olha que você já me disse uma quantidade de coisas ridículas e impensadas incontável. Como você pode dizer isso? Como você pode acreditar nisso? Pensei que tivesse aprendido a ler meus olhos em cinco anos – mas você continua a ver apenas o que quer. Como eu poderia te esquecer, pelo amor de Deus? O seu perfume continua vivo em cada parte do meu apartamento, preso no estofamento dos sofás, nos lençóis, nos objetos, nas minhas roupas. Em mim. Cada (maldita) vez que fecho os olhos, quase consigo enxergar o seu sorriso. A sua risada escandalosa. Quase posso te enxergar correndo pelo meu apartamento como uma criança, usando óculos em algum formato idiota e rindo com meu meio-irmão mais novo. Suas bochechas corando de raiva quando alguém vence você no videogame ou conta uma piada sobre a França. Seus olhos queimando os meus sem algum motivo aparente. Todo dia quando vou dormir você volta a estar dormindo, quente e preguiçosa, entre os meus braços. Sua respiração volta a fazer cócegas em meu pescoço e você volta a me provocar como se estivesse sendo tão inocente – e eu volto a achar isso quase tão doce quanto provocante. Você volta a suspirar sob meus lábios e suas mãos voltam a apertar e arranhar minhas costas. E quando eu acordo você não está realmente lá. Eu acordo e tenho que ouvir algo como isso – que eu já te esqueci. A coisa mais ridícula do mundo. Será que você nunca vai perceber, francesa idiota, que eu te amo e que eu nunca vou poder te esquecer?

– Tem razão. Não importa mais.

ps: histórinha TOTALMENTE fictícia dessa vez :B É S/N e eu tive a idéia dormindo (pra variar), então corre o risco de ser apagada em breve (eu tenho crise de postar lawrich aqui no blog e depois apagar), maaaaaaaas XD comentem ;3

sábado, 16 de outubro de 2010

she will be loved

De longe, seus olhos podem muito bem ser negros. Completamente, como o cabelo. De perto, variam. Variam como ela. Sempre em tons castanhos, às vezes mais claros ou escuros. Dependem do humor, da luz, do dia. Como ela. É a garota mais instável que eu já conheci.

Apaixonada por filmes, prefere os de terror sangrentos num dia, suspense psicológico no outro e comédia romântica no seguinte. E isso para comentar apenas sobre os filmes. De música gosta o tempo inteiro, invariavelmente. Até toca alguns instrumentos. E canta. Sempre gostei da voz dela. Também é apaixonada por livros, futebol e fotografia. Gosta de fotografar o mundo e se torna um tanto narcisista ao voltar a câmera para si mesma. É a melhor escritora que eu conheço.

É relativamente simples e mais apegada à família do que geralmente demonstra. Sente falta da infância, de ter maior atenção do pai e é muito preocupada com a mãe. Duvido que sobreviveria sem seu irmão. Caseira e politicamente correta. Têm uma ligeira aversão à cerveja, cigarro e drogas. Não costuma sair à noite com freqüência, não gosta de pessoas folgadas e não concorda em ficar só por ficar. Fiel em todos os sentidos – aos amigos, a um relacionamento e a si mesma.

Possui uma mania irritante de apaixonar as pessoas – até a mim. Criativa, comunicativa e extremamente falante. Dona de uma facilidade invejável de se expressar, tanto pelas palavras ou fala quanto pelo rosto. Nada tímida e muito brincalhona. Apaixonada pelos amigos e muito preocupada com eles. Geralmente sincera e bastante engraçada. Gosta de se divertir com eles, em qualquer hora e em qualquer lugar. Nada decidida e um pouco confusa.

Por ser seletiva e ter preguiça social, soa arrogante ou metida aos desconhecidos, talvez realmente seja um pouco assim. E nunca negou isso. Irrita-se com uma facilidade imensa e tem o humor instável. É um tanto quanto possessiva e ciumenta com objetos e pessoas. Orgulhosa e extremamente teimosa. Organizada. Não gosta que mexam em suas coisas, não gosta de emprestar livros e não gosta de pessoas efusivas demais. Odeia ser pressionada. Não gosta de muitas coisas.

Inteligente e extremamente critica. Gosta de debater sobre assuntos importantes e sabe defender suas opiniões como ninguém, embora saiba aceitar as dos outros. Preocupa-se com questões ambientais e com política, é muito madura e nenhum pouco fútil. Gosta de manter as coisas sob seu controle. Aprecia o silêncio e precisa dos momentos apenas seus. Uma mulher forte e independente. Auto-suficiente.

No fundo, continua a ser uma menina – e eu espero que sempre continue. Manhosa, extremamente carente e muito carinhosa. Tende a ser retardada quando está com sono. Seus olhos são geralmente doces e extremamente óbvios – ao menos para mim. É uma chantagista e manipuladora emocional exímia. Preguiçosa, discreta e romântica. Gosta de ser mimada, gosta que alguém cuide dela, gosta de receber atenção total. Um tanto quanto lenta. Implica e irrita para demonstrar amor.

Têm mania de morder e é dona dos sorrisos mais encantadores. Das gargalhadas divertidas aos lábios curvados para o lábio de maneira tímida, maliciosa ou prepotente. É a pessoa que tem a pele mais naturalmente quente que eu já conheci, talvez por isso tenha um abraço tão gostoso. Dorme em cinco minutos se alguém lhe acaricia o cabelo, é sensível e não gosta de ser contrariada.

Nada perfeita e ainda assim – talvez exatamente por isso – a única pessoa capaz de conseguir o dificil ato de chamar minha atenção e de me fazer querer conhecê-la, amá-la e cuidá-la durante seis anos. E ainda é pouco.

O pior de tudo? Ela tem cheiro de morango. Morango é meu maior vicio.

PS: Não gostei nadinha e não descrevi como queria rs daria pra colocar muito mais coisa u.u algumas não coloquei a proposito, algumas eu não soube direito onde ecaixar o rs mas né u.u desisti e vai assim mesmo ;3

Feels Like Home

O coração dela batia como um louco. Rápido, insano, descontrolado. As mãos mais quentes do que as de qualquer outra pessoa que eu já tivesse conhecido envolveram minhas costas e os lábios queimando tocaram gentilmente os meus. Sentindo sua respiração – quente como toda ela – eu repousei a palma da minha mão sobre sua bochecha, deixando as pontas dos meus dedos a acariciarem no cabelo com carinho. O silêncio durou alguns minutos em que os lábios se reencontravam e afastavam, preguiçosos. Então ela desatou a falar. Rápida, insana e descontrolada. Ri e fechei os olhos, sonolenta, enquanto tentava acompanhar o fluxo de suas palavras e meus pensamentos acabavam se perdendo em meus próprios sentimentos. Eu me sentia em casa. O lugar ao qual pertencia.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

hero & vilain

4:40 am. Não sei o que escrever. Odeio escrever à mão. Não sei por que quero escrever sobre amor novamente, é repetitivo demais e prefiro ser repetitiva com meu novo alter ego (vide Lights and Fear). Talvez porque sempre preferi os vilões. Meu alter ego que representa o lado bom é pateticamente romântico e chato, como quase todos os mocinhos.

Nem sei que linha de raciocínio estou seguindo.

Meu travesseiro está com cheiro de amaciante. E morango. O morango que eu já deveria ter enfiado no fundo da gaveta para que pare de impregnar o quarto e eu possa manter o restante da minha sanidade. Mas eu gosto do cheiro. É familiar e quente – não espero que alguém entenda. Faz com que eu me lembre de noites completamente diferentes desta. Noites quentes e repletas de risadas. E sussurros. E toques. E beijos. E carinhos. E cumplicidade. E certeza. E paz. E que acabam.

Sempre pedi para que não acabem, mas nunca fui atendida. Pelo contrário, elas sempre parecerem passar ainda mais depressa. Mas sou teimosa e continuarei a pedir. Quem sabe, um dia, elas se tornem eternas como já são em minha mente.

Meu alter ego anti-herói está querendo vomitar agora.


ps: parte de um texto escrito provavelmente quase dormindo, pq não lembro de escrevê-lo UDHSAONDSADSA depois penso sobre postar o outro rs comentem e_é

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

lights: off. fear: on #playingjigsaw

Sentimentos me irritam. É por isso que eu tento evitá-los – assim como as pessoas. Irrita-me o fato de perder o controle sobre eles quando menos espero. Eles se tornam incômodos e, quanto mais tento mantê-los em minhas mãos, mais eles fogem. Sentimentos me irritam. É por isso que me livrei de todas as pessoas que me faziam senti-los. Resta o vazio. Algumas pessoas se vêem desesperadas diante dele. Eu, particularmente, admiro. Principalmente porque posso mantê-lo sobre meu controle. Eu o domino.

Foi um sentimento – cabe a você descobrir qual – que me levou àquela casa desconhecida. Eu estava sob o controle dele e não podia mais argumentar que não queria fugir às regras – minhas regras. Eu não tinha escolha. Eu precisava matar. Por mais que eu não conhecesse o seu medo; por mais que eu sequer o conhecesse direito. Então eu usei a desculpa perfeita para enganar a mim mesma e me convencer definitivamente: Eu não conhecia os medos, mas eu podia – segundo minhas recentes descobertas – ser o seu medo. E, acredite, foi divertido.

Seus olhos se abriram para o escuro da luz baixa. Assustado, fitou-me. Eu brincava, mais uma vez, com o punhal nas mãos. A lâmina quase chegava a me cortar. Sorri para você e seus olhos se arregalaram. Você estava assustado, mas assustado não me era o suficiente. Esperei, em silêncio, enquanto você tateava as paredes de vidro que o prendiam apertado, sem poder se pôr de pé ou erguer completamente as mãos. Quando você tentou se mover mais e sentiu que estava preso pelo – eu odeio essa palavra – pênis, arregalou os olhos. O medo começou a surgir e eu sorri. Guardei o punhal e, calmamente, tomei um gole de meu suco de morango. Eu não ia me cortar. Não por você – você nunca fez parte das minhas vitimas. Foi apenas uma diversão.

– Você assistiu ao filme jogos mortais? – Seus olhos se voltaram para mim. – Quando eu era mais jovem, o jigsaw foi um dos meus serial killers preferidos. Eu gostava do que ele fazia, sabe? Dar uma chance às vitimas. Naquela época, tive uma idéia (modéstia parte) genial. Sempre esperei por uma oportunidade e, como você não faz parte das minhas vitimas normais, posso brincar um pouco. Mas não vou falar toda aquela coisa de live or die, make you choice. Sinto muito, mas é muito drama para a minha mente. Eu odeio drama, e você?

Eu estava tagarelando alegremente enquanto você tentava livrar seu órgão sexual do pequeno buraco que o prendia; fazendo metade dele pender para fora da máquina onde estava preso. Eu precisei rir sozinha. Lembra-se de como mencionei o quanto foi divertido?

– Você está preso numa máquina de pipoca, caso queira saber.

Dei de ombros, levantando-me e levando meu copo comigo. Tomei outro gole, passando a ponta da língua sobre os lábios e sentindo o gosto do morango. Aproximei-me o bastante para apoiar o nariz no vidro, bem próximo do seu rosto e, com a mão livre, girei um botão do lado de fora da máquina. O barulho como o de um fogão ligando e o fogo surgindo sobre uma pequena panela de metal aberta sobre sua cabeça ecoou pelo lugar. Sorri mais.

– O óleo, quando esquentar, começará a respingar. As laterais do vidro são bem lacradas, caso esteja se perguntando, e eu tenho óleo o suficiente para encher toda essa máquina. Há um pequeno botão ao lado de sua mão esquerda, basta girá-lo para que as trancas de uma das laterais se abram e você esteja livre.

Falsa esperança. Outra de minha sensações preferidas. Afastei-me apenas um pouco do vidro, observando-o com atenção. Você começou a girar o botão, mas sentiu os dois lados da navalha afiada pressionando seu pênis. O pequeno corte que surgiu veio seguido dos primeiros respingos de óleo, atingindo suas coxas nuas e deixando marcas avermelhadas sobre sua pele. Você gritou e eu sorri.

– POR QUE ESTÁ FAZENDO ISSO? – Gritou, choramingando.

Eu gosto quando vocês – em especial os homens – fazem isso. Transformam-se. De homens poderosos à menininhas chorosas em alguns minutos. É quase – quase – melhor do que o medo que posso sentir e quase tocar. Seus gritos retornaram e eu simplesmente fechei os olhos; apreciando-os. Era o seu querido órgão sexual contra a sua vida. Já diria o jigsaw, embora eu tenha dito que não falaria isso: Make your choice.

– Desculpe-me, é uma questão complicada. – Eu suspirei, como se realmente estivesse chateada por não poder contar meus motivos. – E você não tem muito tempo.

Demorou alguns minutos. Alguns minutos de choro, lágrimas e pedido de misericórdia. Minutos de suco de morango, prazer e medo. Minutos de gritos. Então, finalmente, o barulho seco das navalhas e os seus gritos aumentando ainda mais. Ao menos não me desapontou. Seu pênis, separado do corpo, caiu no chão. Em seguida, um dos vidros laterais e então seu corpo. Caiu de joelhos, sobre os cacos de vidro, fazendo mais parte de seu corpo sangrar. Olhou-me como se pedindo misericórdia, gemendo alto de dor, e eu sorri.

– Acha mesmo que eu o deixaria sair? – Perguntei, rindo. – Eu disse que gostaria de brincar de Jigsaw, querido, não que queria imitá-lo. Além do mais...

Retirei o punhal do bolso, repousando o copo de suco no chão, e me aproximei de você por trás. Você tentou evitar, mas foi em vão. Puxei-o pelo cabelo curto, fazendo seu rosto se inclinar para trás e aproximei os lábios de seu ouvido. Num movimento rápido, afundei o punhal em sua garganta. O ferimento o impediria de gritar, mas não era o suficiente para uma morte rápida.

– Eu odeio sons altos e seus gritos me irritam. – Murmurei, largando-o no chão, para morrer lentamente.

E em silêncio. Nada melhor que o silêncio.


ps: acho que os meninos acharão essa postagem mais tensa do que as meninas rs

ps²: ele não faz parte das vitimas normais (baseadas nos meus amigos), mas TODAS as vitimas são baseadas em pessoas reais #dik

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

lights: off. fear: on #3

Gostaria que ela tivesse sido a última – como foi a melhor, mas as coisas não são simples assim. Não me entendam mal. Ela sempre será a minha preferida, mas eu precisei continuar. Eu precisei sentir o aroma, o sabor e a loucura do medo novamente. Do medo alheio, antes que o meu próprio me dominasse. Não se trata de obsessão, de prazer ou de diversão. Trata-se de p r e c a u ç ã o. Nada mais (pelo menos depois dela).

O corredor estava escuro e a minha cadeira, mais uma vez, postada ao lado de uma mesinha de vidro com uma grande de taça de suco de morango. Morango e medo. Nada melhor. Sua consciência retornou exatamente quando e como eu havia previsto: Lentamente. A luz forte postada sobre a mesa cirúrgica em que você estava amarrada fez seus olhos sensíveis doerem, obrigando-lhe a fechá-los. Você tinha uma opção: Cega pela luz ou pela escuridão. A escolha não me importava nenhum pouco. Você não me importava – apenas o seu medo.

O desconforto nasceu dois segundos depois. O que está acontecendo? Perguntou-se, tentando inutilmente soltar as mãos acorrentadas à mesa gelada. Então o desconforto se converteu naquilo de mais admirável, mas primitivo e mais sincero em um ser humano: O medo. O medo do desconhecido, da morte, da incerteza. E enquanto eu me deliciava com ele, deixei a lâmina afundar em minha coxa pela terceira vez.

A ardência foi leve e o sangue escorreu pela pele branquíssima, enquanto eu erguia o punhal até a parede de pedra logo ao meu lado. Arranhei a parede, provocando um chiado baixo e – para você – ameaçador. Silêncio. Sua respiração ofegante. Um gole de suco para mim. Arranhei novamente. Protegida pelo escuro atrás de você, observei seu rosto girar de um lado para o outro, agitado. De onde vinha aquele barulho? Havia alguém a espionando? Você estremeceu só de pensar na possibilidade.

– QUEM ESTÁ AÍ? O QUE ESTÁ ACONTECENDO? APAREÇA!

Seu desejo é uma ordem, pequena garota. Peguei a mascara apoiada no chão e encaixei na cabeça, deixando meu precioso suco de morango para trás enquanto o som do meu salto a deixava angustiada. Alguém estava se aproximando. Eu estava. Ergui uma das mãos à lâmpada – a outra ainda segurando o punhal – e afastei um pouco, permitindo-lhe ver. Ver a mim. O grito de horror ficou preso em seus lábios quando seus olhos azuis esverdeados se arregalaram e você se encolheu. Pela primeira vez, eu era inteiramente o medo de alguém e aquela foi uma sensação boa.

– Diga-me, o que te faz sentir medo? – Perguntei.

A máscara brincou com você. O cabelo vermelho, desgrenhado, um tufo de cada lado de minha cabeça. O rosto de cera pálido e vazio possuía uma rachadura no que seria uma das bocehchas. O grande contorno vermelho nos lábios que formavam um sorriso deformado, o nariz gigante e redondo da mesma cor e os babados coloridos em torno do meu pescoço. Poderia ser cômico para qualquer um – mas não para você. A única coisa verdadeiramente minha eram os olhos, brilhando ameaçadores, insanos, por trás da máscara. O mesmo olhar que você sempre vira dos homens que se fantasiam de alegria.

– Medo de palhaços. – Comentei, descontraída, girando o punhal nos dedos à altura de seus olhos. – Eu te entendo nisso. Você vê a verdade por trás das máscaras, é por isso que os teme tanto. Agora, tente não se mover, okay? Não quero te machucar.

Mentira. Mas nunca me importei com mentiras. Apoiei a ponta da lâmina em sua coxa nua, subindo-a devagar pelo seu corpo, sem cortar. Eu não havia tocado em minha última vitima simplesmente porque eu não conseguiria machucá-la. Mas você? Um sorriso marcou meus lábios quando seu corpo estremeceu sob a lâmina que eu agora subia pela sua barriga, contornando os seios, quase sendo carinhosa. Então parei exatamente sobre o ombro. E afundei.

O sangue manchou a sua pele e a minha. Meu sorriso de palhaço estava há dois centímetros do seu rosto enquanto seu corpo arqueava o máximo possível e você gemia de dor. Eu ri. Alto. Deixei o punhal cravado em sua pele e estendi as mãos até seu rosto, encobrindo sua boca e seu nariz. Impedindo-a de respirar. Você se debateu, evitando meus olhos quase tão maníacos quanto a mascara que eu usava. Eu estava prestes a me perder.

– Medo de morrer asfixiada. Que bobinha. – Sorri. – Tantas maneiras piores de morrer.

Seu corpo se debateu por alguns segundos, você gemeu alto e tentou se livrar das minhas mãos, a dor lhe consumindo enquanto seu pulmão gritava por ar. Nada de animais desta vez – eu estava mudando o meu modo de agir? Um pouco. Detesto repetições. Eu poderia encontrar outra vitima para voltar a usar os animais. E o principal continuava ali: O escuro e o medo.

Afastei-me do corpo, a adrenalina momentânea começando a se converter em tédio novamente. Joguei a mascara para o lado – como eu odeio palhaços! – e sentei-me para terminar o meu suco, os braços ainda sujos de sangue. A diferença foi que, quando seu coração parou de bater sob as minhas mãos, eu não estava apenas causando o seu medo. Eu fui a personificação dos seus medos até o seu último segundo de vida. Essa nova descoberta me agradou.


ps: já que virou uma série, resolvi me aprofundar mais na personagem e não só nas vitimas. 'Ela' à quem a personagem se refere no começo do texto é a última vitima.

ps²: Acho que esse não ficou tão amedrontador rs Foi algo mais tortura fisica do que emocional, mas foi o que a vítima em questão me contou em off (e eu acrescentei algumas coisas, óbvio :p)

ps³: Espero que tenha ficado bom/aceitável como os outros dois ;-; comentem, quem não comentar será a próxima vitima (e se já foi, eu mato de novo! iariariar)