sexta-feira, 18 de março de 2011

O Amor e o Oxigênio.

Tenho visto com certa freqüência dezenas de pseudo-cults que parecem achar bonito desacreditar do amor. Ridicularizá-lo. Desmerecê-lo como se isso resultasse numa espécie distorcida de superioridade solitária. Parte deste grupo não passa de adolescentes de quinze anos que tentam se mostrar auto-suficientes. Tão auto-suficientes que correm para o abraço da mamãe quando o namoro de dois meses termina. Este mesmo grupo também costuma fumar porque é bonito, parece reflexivo. Também bebem a torto e a direito porque parece inspirador. Colocam imagens de filmes e livros antigos e clássicos nas redes sociais, uma foto em preto-e-branco na imagem do perfil. Fingem que escrevem sobre suas vidas miseráveis e utilizam frases solitárias de autores consagrados para expressar todo o seu clichê. Não sorriem, não são felizes, gostam de fingir sofrimento. Isso, é claro, apenas no papel. Grande parte deste grupo gosta de usar uma frase que, como qualquer outra coisa que cai na boca do povo e da moda, começou a se tornar banal e repetitiva:

O amor é essencial?

Pois o oxigênio é ainda mais importante!

Aí de mim duvidar da importância do oxigênio! Minhas aulas de biologia durante o ensino médio serviram para mais do que trocar bilhetinhos, dormir ou conversar sobre aquele gatinho com quem me encontrei no final de semana, então eu sei bem a importância do oxigênio. Sobre a não-importância do amor, eu tenho uma simples pergunta: Do que vale uma vida saudável, repleta de OXIGÊNIO, sem o amor? Do que vale viver até os noventa anos, saudável, tornando-se uma pessoa mesquinha, fechada, infeliz e miserável?

Mas não se enganem. Não falo de amor que vocês sentem pelo garoto que conheceram na balada, que as fez sofrer e vocês conseguiram (depois de muito esforço!) esquecer. Uau, parabéns, vocês são muito fortes e auto-suficientes! Mas não é deste ridículo que vocês dizem amor de que falo. Falo do amor incondicional dos pais para com os filhos. Falo do amor que amigos VERDADEIROS sentem uns pelos outros. Falo do amor daqueles velhinhos casados há cinqüenta anos que ainda são felizes. E sim, falo também do amor romântico. Daquele que traz afeto, cuidado e desejo. Daquele que consegue resistir distâncias, barreiras e que consegue resistir ao tempo. Falo de qualquer tipo de amor, e não a paixãozinha de duas semanas que vocês julgam sentir. Falo de qualquer tipo de amor porque o ser humano precisa se conectar com alguém, precisa dividir suas dores e alegrias. É parte de nós. É por isso que vivemos em sociedade. É por isso que temos amigos, que nos sentimos confortáveis perto da família. É por isso que namoramos e casamos.

Eu desafio qualquer pseudo-cult que possa vir a ler este texto a tentar viver solitário, sem nenhum tipo de conexão com outros seres humanos. Apenas com o tão importante oxigênio. E eu desafio qualquer um destes pseudo-cults a, depois disso, dizer-me que podem viver bem e feliz apenas com aquilo que mantém seus corações batendo fisicamente.


Ps: Se você for um pscicopata, sociopata ou qualquer coisa do tipo, desconsidere esta postagem.

7 comentários: